domingo, 24 de janeiro de 2010

As aventuras de Alfa & Beto - um mergulho na fantasia


Alfa e Beto são despejados na beira de um ribeirão. Tudo em volta é muito bonito. Beto avista um enorme pé de jabuticaba, pretinho, pretinho de frutinhas, e corre à cata delas. De repente para, assustado. "Tem uma menina deitada ali", grita. "Por que está com medo, Beto? É só uma menina! E tem uma boneca toda desengonçada!" Assim, Alfa encoraja o irmão a se aproximar da árvore. "Espere aí, Alfa, tem um bichinho no nariz dela." Os dois irmãos ficam parados enquanto a menina se levanta, ainda sonolenta, e mergulha no ribeirão, com sua boneca de pano. "Ei, garota, deixe a boneca aqui, ela vai se molhar e ficar ainda mais desengonçada!" Enquanto falava, Alfa corria em direção à menina, que parecia não ouvir aos seus apelos. Na correria, Alfa tropeçou numa pedra e... thbum, caiu no rio. Beto gostou da ideia e mergulhou também, estava fazendo um calorão danado!

A água do ribeirão era uma clareza só! Alfa e Beto nunca tinham visto um rio tão limpo assim. Mas, as águas puxavam as três crianças e a boneca para o fundo. Quando chegaram lá, encontraram uma cidade bonita e brilhante. Alfa e Beto resolveram seguir a menina da jabuticabeira. Ela parecia saber exatamente para onde ir. Entrou em um enorme castelo e os dois irmãos foram atrás.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

As aventuras de Alfa & Beto


Alfa e Beto são filhos do gerente da livraria. Todos os dias, eles pedem ao pai para levá-los ao trabalho. A resposta é sempre a mesma: "não, crianças, vocês não podem trabalhar comigo".

Um dia, Alfa teve uma ideia: "Beto, vamos seguir o papai; a gente entra na livraria sem ele perceber, lá a gente pode ler um montão de historinhas bem legais!" Nem preciso dizer que Beto aceitou de pronto a ideia da irmã. Eles estavam bem acostumados a ler os livrinhos que o pai trazia. Isso virou um vício, um vício bom. A vontade de ler mais e mais foi crescendo, crescendo, até que se tornou a vontade de ler todos os livros do mundo.

Na segunda-feira de manhã, as crianças deram um drible na mãe e seguiram o pai até o trabalho. Era janeiro, mês de férias, eles não podiam mais se enfiar na biblioteca da escola, então, o jeito era se enfiar na livraria mesmo.

Quando o pai atendia a um cliente, os dois peraltas entraram de fininho e foram para o depósito. Alfa e Beto ficaram encantados com a quantidade de livros. Alfa folheava um, Beto folheava outro, e os dois coraçõezinhos batiam na mesma intensidade. Os olhos não piscavam e as bocas abertas deixavam escapar os sorrisos mais alegres, daqueles que só as crianças sabem dar.

De repente, entra um vento danado pela minúscula janela do depósito! E esse vento danado varre a poeira de cima de um livro velho, abandonado lá no cantinho. Alfa olha para poeira, que insiste em ficar no ar, e Beto corre para perto da irmã. Nos coraçõezinhos, a felicidade dá lugar ao medo. Medo? De que? Da poeira! Sim, da poeira. É um pó estranho, colorido, e fica flutuando, não cai, o vento passou e foi embora, mas o pó não quer o chão.

O estranho pó se aproxima das crianças, bem devagarinho. Beto tenta correr, mas, já é tarde! Alfa segura o irmão pela camisa. Eles estão flutuando na poeira colorida. A sensação é boa. É como viajar de trem, com o pó de minério batendo no rosto. Os pés não pisam, as mãos não pegam nada, e eles voam, rodopiam e entram cada vez mais no túnel de poeira. Esse redemoinho abre as páginas do velho livro e cospe as crianças lá dentro.